Atualidades, trabalhos acadêmicos e matérias relevantes

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ASSUNTOS ATUAIS.

sábado, 25 de maio de 2013

O EMPODERAMENTO DE MULHERES ATRAVÉS DA INCLUSÃO DIGITAL





Um grupo de mulheres protagonizou seu desenvolvimento através da geração de renda. Inseridas na economia solidária, elas têm em comum, a história de lutas pela conquista de direitos sociais, tais como moradia e trabalho, senso assim representativo de um cenário comum em muitas vilas urbanas, através da Cooperax, fundada em 1996 localizada em uma vila, próxima ao centro da cidade, confeccionando, sob encomenda, camisetas, jalecos, abrigos, entre outros produtos.
As 2.000 famílias que moram no local, em torno de 5.000 pessoas contam com uma infraestrutura como asfalto e saneamento básico. Isso graças a sua participação nas reuniões do Orçamento Participativo (OP), forma de participação/decisão na qual a população elege as prioridades para investimentos públicos, juntamente com a prefeitura.
Foi planejado ações para geração de renda e trabalho na localidade, mas foram três mulheres que iniciaram a atividade de costura de roupas. Primeiramente, elas buscaram alternativas de clientes como hospitais e postos de saúde da capital gaúcha, onde poderiam confeccionar uniformes, roupa de cama, etc. Mas nada deu muito certo. Deram-se conta que precisavam se organizar para atender as demandas em escala e com a qualidade exigida. Fizeram reuniões para constituir uma cooperativa de produção. A primeira entrega foi para o sindicato dos metalúrgicos – 500 camisetas.
No início trabalhavam em suas casas, e em 2005, mudou-se para uma sede própria adquirida com o apoio de uma ONG Espanhola, onde estão até hoje. Com a constituição da cooperativa, as mulheres tiveram a oportunidade de participar economicamente da sociedade, contribuindo para a renda familiar. Fazer parte de uma empresa como dono e não somente na relação patrão/empregado, quebra a lógica capitalista, onde poucos ganham muito, e muitos ganham pouco. Na cooperativa, todos têm a oportunidade de participar das decisões e comungar dos resultados. Num conceito amplo de terceiro setor todas as entidades privadas sem fins lucrativos fazem parte dele, então todas as cooperativas por serem sem fins lucrativos, conclui-se que as cooperativas sociais também são.
É uma democracia, com diálogo, com a participação em algo que é coletivo e ao mesmo tempo individual, já que cada um tem de dar sua contribuição (na forma de trabalho) para o sucesso do coletivo (no caso, a geração de renda através da cooperativa). Essa é a prática da economia solidária, que foi inventada por operários, nos primórdios do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao desemprego resultante da difusão “desregulamentada” das máquinas ferramenta e do motor a vapor, no início do século XIX.
O capital da empresa solidária é possuído por aqueles que nela trabalham, e apenas por eles. Trabalho e capital estão fundidos porque todos os que trabalham são proprietários da empresa e não há proprietários que não trabalhem nela. E a propriedade da empresa é dividida por igual entre todos os trabalhadores, para que todos tenham o mesmo poder de decisão sobre ela.A economia social é composta de organizações que tenham como características: serem sempre cooperativas, sociedades de mutuários ou outras formas de associação profissional; como princípios: uma gestão baseada em processos democráticos de organização e a colocação do serviço à coletividade acima da busca do lucro. As pessoas e o trabalho estão acima do capital.
Inseridas na economia solidária realizam o sonho da geração de renda através da cooperativa, empreendimento coletivo, do qual elas são donas. Agora estão longe da realidade em que viviam antes, quando algumas sequer tinham renda.
Agora as cooperadas têm uma renda equivalente de R$500,00 a R$1.000,00 mensais dependendo do mês. A maior parte delas não possuía renda e as que tinham, ganhavam até menos do que hoje; como elas tem somente o ensino fundamental dificultava muito conseguirem empregos que tivessem uma remuneração maior.
A cooperativa trabalha com uma equipe de 24 mulheres e 1 homem, que trabalha na serigrafia, sendo que a idade das associadas varia de 24 a 63 anos.
O foco geográfico era buscar oportunidade de desenvolvimento para o grupo sem mudar seus limites, ou seja, tornar o sonho realidade sem mexer nos limites da comunidade. A vila tinha suas crenças, valores e ideais para fazer crescer seu negócio, porém estavam um pouco distantes devido à falta de “administração” da cooperativa. Elas acreditavam que somente se revezando em algumas atividades e tendo clientes era suficiente, mas não sabiam o quanto era importante à inclusão digital, pois tudo ficava a cargo da presidente (única que sabia usar um computador) na cooperativa e quando esta não estava o serviço que necessitava de saber usar um computador, ficava parado e também não dava muito espaço pra presidente fazer sua parte na cooperativa, o trabalho braçal. Não sabiam fazer realmente nada nem um simples cadastro dos clientes, algumas não sabiam nem mesmo ligar ou desligar o computador.
Foi então que os gestores entraram e começaram a orientar as cooperadas com reuniões e cursos que as qualificavam para serem incluídas na “era digital”, podendo assim obter um resultado muito bom de seu projeto.
A iniciativa de se engajar nesse projeto do gestor social foi um grande passo para o desenvolvimento da vila e que se estendeu até as suas famílias. Mulheres sem formação, cursos e conhecimento buscaram alternativas para mudar sua realidade e a da sua comunidade.
Foi perfeita ideia e a inclusão dessas mulheres num mundo que não tem como, na atual conjectura, ficar fora do mundo cibernético. Os gestores foram muito pertinentes nesse projeto.
É relevante que os administradores contemporâneos estejam atentos a essa “exclusão” da sociedade em alguns aspectos, pois o mundo tem se tornado cada vez mais globalizado e tem sido necessário qualificar e especializar.
Infelizmente o nosso governo não tem sido capaz que dar aos cidadãos igualdade de educação e de perspectiva, fazendo com que, para se ter uma realidade diferente da vivida, tenhamos que buscar alternativas com nosso esforço ou esperar que alguém (gestores sociais, ONGs, entre outros) veja esse gap e consiga através de ações sociais, transformar tudo em nossa volta e nos dando uma expectativa de vida melhor.