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domingo, 11 de julho de 2010

Medicina avança contra a Esclerose Múltipla

O nome pouco diz sobre as causas da esclerose múltipla. No conhecimento popular, o primeiro termo remete à falta ou perda de memória. Na definição do dicionário e na medicina, entretanto, significa o endurecimento do tecido de um órgão. No caso da esclerose múltipla esse processo acontece no sistema nervoso, especificamente nas ligações entre os neurônios, dentro do cérebro.

As ligações entre os neurônios são encapadas, protegidas por uma bainha de mielina, proteína que o organismo produz e detona a cada segundo. Beny Schmidt, chefe do laboratório de patologia neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que a função da mielina é fazer com que o estímulo elétrico das ramificações dos neurônios, a informação entre eles, seja mais rápida. “O que ocorre é uma espécie de miopia do sistema de defesa. A mielina é destruída a uma velocidade muito maior do que aquela que o organismo usa para produzí-la”, define o especialista.

Diagnóstico por exclusão

Foto: Getty Images

Ressonância magnética é um dos exames que deve ser feito para investigar a doença, mas não o único

A imprevisibilidade da doença tem sido vencida pelas possibilidades de diagnóstico. Confirmar o quadro de EM, segundo os especialistas, é uma matemática de exclusão. A ressonância magnética mapeia as regiões do cérebro que podem estar lesionadas por uma doença auto-imune, mas não comprovam a existência da EM. “Lesões no cérebro podem ser provocadas por uma infecção, carência de vitaminas ou outras doenças auto-imunes como o Lúpus", alerta Maurício Hoshino, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.

A confirmação da esclerose, aponta o médico, só se dá através de uma série de diagnósticos e exames: ressonância magnética, testes clínicos, um exame chamado líquor – que recolhe líquido da medula óssea –, acompanhamento de seis meses do quadro, além da negativa para as outras possibilidades.

“É preciso respeitar o tempo para fazer o diagnóstico. O paciente precisa apresentar sintomas clínicos, com intervalos de seis meses, e lesões no sistema nervoso central em locais diferentes. Os sintomas de muitas doenças nutricionais, vasculares e infecciosas se parecem com os da Esclerose Múltipla.”

Reconhecer os sintomas não é fácil. A doença acontece no cérebro, mas reage em diversas partes do corpo. Alteração visual, desequilíbrio e perda de sensibilidade são alguns dos efeitos. “Muitos pacientes procuram oftalmologistas, ortopedistas, nunca um neurologista em primeiro lugar.”

Há registros da EM desde o século 20. Segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia, no mundo, existem dois milhões de portadores da doença. No Brasil, estima-se 25 mil pacientes. A Esclerose Múltipla afeta mais as mulheres, numa proporção de três para um. Segundo Hoshino, é possível que a incidência no público feminino tenha alguma relação com a questão hormonal, mas ainda não há dados que confirmem essa hipótese.

O diagnóstico na faixa entre 20 e 40 anos é mais comum por uma característica das doenças auto-imunes. "A doença se revela em uma fase da vida que o sistema imunológico é forte, mais combatente, reagindo às informações que o organismo dá com maior intensidade. Na esclerose, a informação dada ao sistema imunológico é errada, mas a reação é mais rápida e intensa, por isso os surtos podem ser mais severos na juventude.”

A confirmação precoce do problema, porém, não deve ser encarada negativamente. Na visão dos médicos, ela é fundamental e eleva as chances de tratamento da doença. “Do ponto de vista psicossocial é um baque, mas quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as possibilidades de proteção e cuidados. A medicação protege as lesões, evita que elas se solidifiquem e afasta as chances de sequelas.”


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http://delas.ig.com.br/saudedamulher/medicina+avanca+contra+a+esclerose+multipla/n1237685714573.html

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