Atualidades, trabalhos acadêmicos e matérias relevantes

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ASSUNTOS ATUAIS.

sábado, 1 de setembro de 2012

ATUAÇÃO SOCIAL NO SECULO XIX E XX




O século XVIII assistiu a duas grandes revoluções: a francesa em 1789, com o ideal da igualdade e da liberdade, e a industrial, com a descoberta da máquina a vapor. A Igreja viu-se diante de dois enormes desafios. No final do século XIX e início do século XX o Estado também passa a ter maior atuação na área social, principalmente nas áreas urbanas, nas questões ligadas a saúde, higiene e educação. E passa a intervir na gestão administrativa e no financiamento das organizações filantrópicas e assistenciais.
Diante dos ideais democráticos, apresentamos agora alguns pontos de seu posicionamento diante da questão social. Dois fenômenos caracterizaram a vida técnico-econômico-social no século XIX e inícios do XX:
1.º Imenso progresso técnico, industrial, comercial;
2.º O homem que vence a natureza superou as distâncias.
Tudo isso repercutiu na vida social: de um lado, a concentração de enormes riquezas nas mãos de poucos e, de outro, os operários quase sempre oprimidos pela miséria e degradados por um trabalho realizado em condições desumanas.
Surge, em primeiro lugar, o socialismo utópico que sugere a coletivização dos meios de produção, o controle da economia pelos poderes públicos e defende igual dignidade de todo trabalhador. No início do século XIX nasce ligado ao Partido Socialista, o sindicalismo: sociedades de socorro mútuo que, com o tempo, alargaram sua competência. O caminho socialista é superar a luta contínua de classes e levar à supressão da propriedade privada, à socialização do capital, à abolição da família, das pátrias, das nacionalidades.
A reação da Igreja foi lenta e não entendeu logo o desafio do movimento operário. Num primeiro momento houve a exortação à paciência, à aceitação religiosa da pobreza e isso acompanhado da ação caritativo-assistencial, mas, pouco a pouco, assumiu uma posição mais clara, marcada inicialmente pelo paternalismo e, em seguida, assumindo uma posição autônoma na ação social católica.
Alguns motivos desta lentidão foram: pouca conscientização das condições vitais das diversas classes sociais; mentalidade aristocrática e conservadora dos católicos pertencentes à nobreza e à burguesia intelectual; desconfiança perante o Estado (liberais) e a classe política no poder (conservadores); a preocupação de não misturar a Igreja com questões sociais e, sobretudo, a mensagem cristã da Cruz e da espera de uma justiça ultraterrena.
O período que vai de 1870 a 1891 foi marcado por discussões sobre a doutrina social cristã, que se orientava para uma clarificação e tentativas ainda incapazes de superar o paternalismo e de reconhecer a plena igualdade humana de classes e o direito que o operário tinha, associando-se, de defender-se da opressão. Problemas mais discutidos: associacionismo operário, intervencionismo estatal na economia, determinação de um justo salário.
A Igreja Católica pode ser vista como o início das atividades sociais no Brasil, desde a sua chegada, com a missão de atender aos interesses da Coroa Portuguesa, assumiu serviços nas paróquias e dioceses, a educação nos colégios e a evangelização indígena, mas dependia totalmente da ajuda financeira do Estado. Após a proclamação da República, quando é decretada a separação entre a Igreja e o Estado ela passa a desenvolver trabalhos de assistência social, saúde e educação.
Observamos que o projeto autoritário e centralizado dos anos 30-40 contribuiu para que numerosas entidades sem fins lucrativos, responsáveis pela prestação de serviços a amplas camadas da população que ficavam a margem das políticas estatais corporativas, desempenhassem um papel fundamental. As organizações ligadas á Igreja Católica, e posteriormente a outras religiões, fortaleceram-se neste processo. A Igreja Católica foi a única instituição que atravessou os regimes ditatoriais no Brasil sem sofrer graves consequências, podendo assim continuar atendendo parte das necessidades sociais através de suas dioceses e pastorais.
A partir de 1968, com o Ato Institucional nº 5, há uma ruptura total diante da violenta repressão - prisões, torturas e assassinatos de estudantes, operários e padres e perseguições aos bispos. A Igreja atua em setores populares, com as comunidades eclesiais de base, inspiradas na Teologia da Libertação, para vincular o compromisso cristão com a luta por justiça social. Nos anos 70, os abusos contra a ordem jurídica e os direitos humanos levam a Igreja a se engajar na luta pela redemocratização, ao lado das demais instituições da sociedade civil. Em oposição à Teologia da Libertação, desponta o movimento de Renovação Carismática Católica, de moral conservadora e ritual semelhante aos das Igrejas Pentecostais.
Existe uma trajetória no século XX, no Brasil e no mundo, que reconhece a importância crescente da atuação de entidades privadas, com fins públicos, o Terceiro Setor.
Os principais personagens do Terceiro Setor são as Fundações, ONGs e Empresas com responsabilidade social. As Fundações são instituições que financiam o Terceiro Setor, através de doações às entidades beneficentes. Temos também as fundações mistas que doam para terceiros e também possuem projetos próprios. Ainda há um número muito pequeno de fundações no Brasil e algumas delas tem pouca atuação social. Num primeiro momento podemos dizer que as organizações sem fins lucrativos surgem como um contraponto à ineficiência do Estado como prestadores de serviços a cidadãos exigentes e insatisfeitos. As atividades desenvolvidas pelas organizações não governamentais representam uma possibilidade no mercado frente à ineficiência do poder público. Por se tratar de organizações sem fins lucrativos, a qualidade dos serviços oferecidos é legitimada pela sociedade em geral e por seu potencial cliente. As razões ideológicas são elementos motivadores para a ação das organizações não governamentais e do voluntariado.
O contato com a realidade social do país e a experiência adquirida a partir de parcerias realizadas com organizações da sociedade civil, as empresas passam a constituir suas próprias fundações empresariais, não deixando de lado a atuação em parcerias. A proximidade com o setor privado propiciou a profissionalização de algumas organizações sem fins lucrativos, que procuram eficiência administrativa e profissional qualificado para atuarem em seus quadros de pessoal.
Enquanto a transformação da realidade social é a razão que sustenta o movimento social, a realização de iniciativas e a execução de projetos para a integração social são o que dá sentido à existência das organizações de voluntariado e das ONGs.

AS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E PAPEL DO ADMINISTRADOR NOS SÉCULOS XIX E XX
 A administração como ciência é relativamente recente porque os estudos mais profundos e que realmente mudaram o perfil deste conjunto de conhecimentos, datam do final do século XIX e início do XX, quando trouxeram importância e reconhecimento desta ciência junto às demais, porque houve a verificação prática de que o desenvolvimento social e econômico passava pelas organizações, que, conforme fossem administradas trariam progresso onde estivessem situadas.

A partir da terceira década do século XIX, o tema da administração do trabalho ganhou maior atenção dos que escreveram sobre a agricultura escravista brasileira: os trabalhos agronômicos de fôlego, que lidavam com as diferentes esferas da administração da propriedade rural escravista. O administrador das fazendas era o capataz.

Cronologia da evolução das teorias administrativas:

Embora a industrialização tenha iniciado na década de 80 (séc. XIX) com os adventos das invenções mecânicas, hidráulicas e elétricas (Revolução Industrial) o estudo sistemático só ocorreu no início do séc. XX:

1911 – Princípios da Administração Científica com os estudos de Frederick W. Taylor nos Estados Unidos sobre o sistema técnico com ênfase na especialização da tarefa e controle da produção.

1916 – Administração Industrial e Geral de Henry Fayol na França, com abordagem na departamentalização, competências administrativas e desempenho organizacional, sendo considerado o Pai da Administração Clássica que defendia que a administração deveria ser uma disciplina a ser estudada fora das escolas de engenharia.

1927 – Relações Humanas a partir dos trabalhos de R.F.Hoxié, Robert Owen e Elton de Mayo - experiência de Hawthorne - onde o funcionário passa a ser visto como recurso humano e não como uma peça do sistema técnico.

1940 – Escola burocrática de Max Weber com ênfase na organização formal e burocracia racional.

1943 - Teoria da motivação e escalas de necessidades de Abrham Meslow, considerado o pai da Psicologia Transpessoal.

1945 – Behaviorismo (comportamento) de Herbert Simon, Teoria da decisão que concebe a organização como um sistema de decisões.

1950 – Teoria Geral de Sistemas de Ludwig Von Bertalanfy na Áustria, abordagem sistêmica - organização como sistema aberto, visão holística.

Peter Drucker com sua obra “The Pratice of Management” inicia uma nova era no pensamento administrativo e gerencial que considera a administração como disciplina dada sua importância no estudo da organização. Foi considerado o Pai da administração moderna.
1960 – Teorias X e Y de Douglas McGregor.

1970 – A partir da Teoria da Contingência, desenvolvida no final dos anos 70, a empresa e sua administração são variáveis, dependentes do que ocorre no ambiente externo. À medida que o meio ambiente vai mudando, a empresa e sua forma de administração precisam mudar no mesmo ritmo.

1981
– Teoria Z de William Ouchi estabelece o conceito de administração participativa.
As Três Eras da Administração do Século XX
 Era Clássica
1900 – 1950
. Inicio da Industrialização
. Estabilidade
. Pouca mudança
. Previsibilidade
. Regularidade e certeza
. Administração Científica
. Teoria Clássica
. Relações Humanas
. Teoria da Burocracia
Era Neoclássica
1950 – 1990
. Desenvolvimento Industrial
. Aumento da mudança
. Fim da previsibilidade
. Necessidade de inovação
. Teoria Neoclássica
. Teoria Estruturalista
. Teoria Comportamental
. Teoria de Sistemas
. Teoria da Contingência
Era da Informação
Após 1990
. Tecnologia da Informação
. Globalização
. Ênfase nos serviços
. Aceleração da mudança
. Imprevisibilidade
. Instabilidade e incerteza
Ênfase na:
Produtividade
Qualidade
Competitividade
Cliente
Globalização



A administração, como ciência, se desenvolveu ao longo do século XX. Alguns valores essenciais como a ética, o trabalho em equipe e o planejamento estratégico na gestão empresarial continuam fortes, além de outros novos, como a responsabilidade social e ambiental, cada vez com uma maior importância no perfil de qualquer administrador.
Alguns fatos recentes demonstram a importância cada vez maior da ética no segmento administrativo empresarial, principalmente, os sucessivos escândalos de fraudes contábeis ocorridos nos EUA. Os CEOs ou diretores-executivos, cada vez mais preocupados e obstinados por lucros a qualquer custo, deixaram a ética de lado, maquiando os balanços contábeis para inflar o preço das ações de suas empresas. Tudo isso causou uma enorme enxurrada de investimento nas bolsas de valores, no entanto, quando essas fraudes contábeis foram descobertas, houve um colapso nas bolsas de todo o mundo.

Além disso, o dogma de que os profissionais, não só da área da administração, mas de qualquer profissão, deveriam ser especialistas e individualistas, caiu por terra. As teorias mais modernas explicam que o profissional deve ter uma visão global de sua profissão, ou seja, deve saber de tudo um pouco. Junto a isso, além do administrador ter uma visão generalizada, ele deve trabalhar em equipe e fazer uma convergência das ideias até chegar a um consenso. Dessa forma, os resultados são aperfeiçoados constantemente.

Por outro lado, o planejamento estratégico empresarial, pouco usado na primeira metade do século XX, passou a ser de uso comum e constante. Os sucessivos abalos sofridos pela economia mundial clarearam a mente da maioria dos executivos. Crises, passageiras ou não, como a do México, da Rússia, do Oriente Médio, do próprio Brasil com a incerteza eleitoral em 2002, das ações da Internet, das fraudes contábeis e do ataque terrorista de 11 de setembro, obrigaram os executivos a traçar planos antecipadamente para poderem sobreviver a esses períodos de turbulência econômica.

A mais importante mudança que o futuro reserva para a Administração é que, nos países desenvolvidos, as aspirações, os valores e, de fato, a sobrevivência, mesmo da sociedade, virão a despertar, cada vez mais, do desempenho, da competência e dos valores dos Administradores. A importante tarefa que está reservada à próxima geração é, portanto, tornar produtivas, para o indivíduo, à comunidade e à sociedade, as novas instituições organizadas de nosso novo pluralismo. E, isso, é o que constitui acima de tudo, o novo papel da Administração, fundado na Ética, na Democracia, na Participação, no Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado, no respeito à Vida, no Pluralismo e na participação de todos dos resultados e bens da humanidade.
O Administrador é ou, deve ser para as organizações, o que representa o Médico para a saúde de cada um de nós.


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