Ditadura é a designação dos regimes não-democráticos
ou antidemocráticos, ou seja, governos onde não há participação popular, ou que
essa participação ocorre de maneira muito restrita. Na ditadura, o poder está
em apenas uma instância, ao contrário do que acontece na democracia,
onde o poder está em várias instâncias, como o Legislativo,
o Executivo
e o Judiciário.
Diz-se
que um governo é democrático quando é exercido com o consentimento dos
governados, e ditatorial, caso contrário. Diz-se que um governo é totalitário
quando exerce influência sobre amplos aspectos da vida dos governados, e
liberal caso contrário.
Ocorre, porém, que frequentemente, regimes totalitários exibem características ditatoriais, e regimes ditatoriais, características totalitárias.
Ocorre, porém, que frequentemente, regimes totalitários exibem características ditatoriais, e regimes ditatoriais, características totalitárias.
Quando o golpe militar foi deflagrado, em 1964,
ironicamente o Brasil tinha na época, os movimentos de bases político-sociais
mais organizados da sua história. Sindicatos, movimento estudantil, movimentos
de trabalhadores do campo, movimentos de base dos militares de esquerda dentro
das forças armadas, todos estavam engajados e articulados em entidades como a
UNE (União Nacional dos Estudantes), o CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), o
PUA (Pacto da Unidade e Ação), etc, que tinham grande representatividade diante
dos destinos políticos da nação. Com a implantação da ditadura, todas essas
entidades foram asfixiadas, sendo extintas ou a cair na clandestinidade. Em
1968, os estudantes continuavam a ser os maiores inimigos do regime militar.
Reprimidos em suas entidades, passaram a ter voz através da música. A Música
Popular Brasileira começa a atingir as grandes massas, ousando a falar o que
não era permitido à nação. Diante da força dos festivais da MPB, no final da
década de sessenta, o regime militar vê-se ameaçado. Movimentos como a
Tropicália, com a sua irreverência mais de teor social-cultural do que
político-engajado passou a incomodar os militares. A censura passou a ser a
melhor forma de a ditadura combater as músicas de protesto e de cunho que pudesse
extrapolar a moral da sociedade dominante e amiga do regime. Com a promulgação
do AI-5, em 1968, esta censura à arte institucionalizou-se. A MPB sofreu
amputações de versos em várias das suas canções, quando não eram totalmente
censuradas.
Para censurar a arte e as suas vertentes, foi
criada a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), por onde deveriam
previamente, passar todas as canções antes de executados nos meios públicos.
Esta censura prévia não obedecia a qualquer critério, os censores poderiam
vetar tanto por motivos políticos, ou de proteção à moral vigente, como por
simplesmente não perceberem o que o autor queria dizer com o conteúdo. A
censura além de cerceadora era de uma imbecilidade jamais repetida na história
cultural brasileira.
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